segunda-feira, 29 de abril de 2013

Empresária faz sucesso com sorvete de fruto da caatinga

Sorvete é feito a partir do fruto da palma.
Passos Júnior - Especial para ASN
Quem mora ou visita a cidade de Angicos (distante 169 quilômetros de Natal), no Sertão Potiguar, se não provou, certamente ouviu falar do pêlo, uma fruta nativa da caatinga comumente encontrada em toda a região do semiárido. Exótica, a fruta é proveniente da palma -- Opuntia fícus-indica -- uma espécie de cacto nativo, que vem se transformando em matéria prima para a produção de sorvetes. A ideia vem de Kaline Cristine de Castro Felipe, uma empresária do município de Angicos para fazer jus ao nome da sorveteria Sertão Gelado. A fábrica é uma das novas incubadas pela Incubadora Tecnológica e Multissetorial do Sertão do Cabugi, na Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) - Campus de Angicos, que faz parte do programa de Incubadoras do Sebrae no Rio Grande do Norte.
“Temos como diferencial a inovação de sabores aproveitando as frutas da região”, justifica a proprietária da sorveteria. Além das frutas mais típicas da região, como manga, caju, umbú e abacaxi, a novidade é o sorvete da fruta do pêlo. “Iniciarmos por sugestão de um vizinho, aceitei o desafio e quem degustou aprovou a novidade”. A sorveteria também já testou outros sabores regionais com sucesso, como milho, tapioca e rapadura. Atualmente, a empresa tem uma produção mensal de 750 litros de sorvetes e 6.500 picolés de diversos sabores.
A utilização do pêlo remete a uma tradição antiga dos moradores da cidade que tinham o hábito de consumir a fruta in natura com açúcar. “Quem é de Angicos conhece o pêlo e as muitas histórias envolvendo a fruta. Para reconhecer um angicano, basta olhar embaixo da língua para vê se tem pêlo, se tiver, não resta dúvida, é de Angicos”, brinca a empresária.
De sabor azedo, a fruta possui uma polpa carnuda que também pode ser utilizada na produção de geleias, mouses e recheios em caldas. O quilo chega a custar R$ 10,00. O preço alto é devido à dificuldade no beneficiamento. O fruto deve ser manipulado com cuidado uma vez que a sua casca possui muitos pontinhos cheios de minúsculos espinhos, os pêlos, que penetram na pele. Para retirá-los se faz necessário o uso de uma pinça. Em toda a região Nordeste, a planta – palmatória ou palma forrageira – é utilizada como alimentação para os animais no período de seca. Em alguns estados, essa fruta é conhecida como figo da índia.
 
Kaline de Castro apostou em sabores exóticos como diferencial do negócio.
Empreendedorismo
O desejo de montar o próprio negócio motivou a empresária a entrar no ramo da produção de sorvetes. Como acontece com a maioria dos pequenos empreendedores, as dificuldades eram proporcionais à vontade de vencer. “Começamos produzindo picolés para vender na escola, para depois iniciar o sorvete.Nem liquidificados nos tínhamos e todos os primeiros equipamentos foram comprados de segunda mão”, conta Kaline de Castro.
A empreendedora teve a convicção de que estava no caminho certo ao participar, em 2010, do seminário Empretec. Posteriormente, a sorveteria passou a ser atendida pelo Programa Agentes Locais de Inovação (ALI), desenvolvido pelo Sebrae no Rio Grande do Norte para levar inovação tecnológica ao setor industrial. A empresária também teve de participar de cursos promovidos por fabricantes de maquinários para a produção de sorvete.
Kaline de Castro procurou a Ineagro Cabugi para aprimorar o seu produto e conquistar o mercado regional. “O crescimento com qualidade é a minha meta”, afirma. Ela garante que os sorvetes do Sertão Gelado têm obtido boa aceitação e a fruta do pêlo veio para ser o grande diferencial, além de levar o nome de Angicos para outras localidades.
+3
Seis milhões
É incrível como as autoridades nordestinas se conformaram quando, na semana passada, em audiência com a governadora Rosalba Ciarlini, o ministro da Integração Nacional, engenheiro Fernando Bezerra Coelho, este garantiu a liberação, sem data marcada, de seis milhões de reais para a compra de máquinas perfuratrizes, que irão contribuir para as ações de enfrentamento aos efeitos da estiagem no Rio Grande do Norte. Em encontro com os governadores que reuniu em Fortaleza, há uns vinte dias, a presidente Dilma Rousseff havia prometido 130 milhões de reais, que ainda não chegaram.
Recuperação
Amigos do geofísico Geraldo Pinto, o “Geraldão do PT”, continuam rezando pela plena recuperação dos movimentos de seus membros, afetada em acidente que ele sofreu no último dia 17.
Desembargador
Segundo fontes de Brasília, até à tarde desta segunda-feira, 29, hoje, ainda não havia chegado à presidência da República o ofício em que a Associação Nacional dos Magistrados Trabalhistas (Anamatra) resolveu pedir pressa na nomeação do oitavo desembargador do Tribunal Regional do Trabalho sediado em Natal. A vaga está sendo disputada há tempos pelos juízes Bento Herculano Duarte Neto, Joseane Dantas e Maria Auxiliadora Rodrigues.
Postado às 23h34m da segunda-feira 130429.

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