Rosalba: fortalecer Dilma e enfraquecer José Agripino.
Foram
muito bem lidas no Palácio do Planalto as explicações que a governadora Rosalba
Ciarlini ofereceu ao jornal “Folha de São Paulo” para sua decisão de não gravar
depoimento para a propaganda nacional do Dem em rede nacional de televisão. Ao
dizer que não falou para não criticar a presidente Dilma Rousseff, que a seu
ver age republicanamente, Rosalba fez o jogo palaciano de tentar por tudo enfraquecer
o presidente nacional do partido, o senador José Agripino Maia.
Os interesses das duas são mais conciliáveis do que os que eventualmente uniam José Agripino Maia: este e Rosalba pretendem disputar em 2.018 a cadeira que ele ocupa no Senado da República.
Considerado
desafeto do principal líder e orientador do PT, o presidente Lula da Silva,
apesar de nunca ter discutido com este, e herdado com esta condição por Dilma
com a posse na chefia do executivo nacional, José Agripino agora está exposto
perante todo o país como o líder da oposição que levou Roslba ao governo
potiguar para vê-la deixar de seguir sua orientação.
Mostrando
que optou por Dilma contra José Agripino, a Governadora mostrou sua independência
em relação às diretrizes partidárias ao anunciar que gravaria depoimentos,
enaltecendo sua gestão, para a propaganda a ser projetada apenas no Rio Grande
do Norte. Ao dizer que silenciou para não criticar Dilma, ela não informou quem
lhe havia exigido a crítica ou se pelo menos houve pedido ou insinuação neste
sentido, mas a construção da frase deixou claro que só gravaria se queimasse a
gestão da Presidente da República.
Ninguém
sabe quais as exigências que José Agripino pretende opor a quem tiver de gravar
depoimentos para a propaganda do Dem destinada só ao Rio Grande do Norte. Se
Rosalba aparecer, e elogiando seu mandato, José Agripino se enfraquecerá junto
a correligionários de outras unidades federativas, aos quais não mais poderá
cobrar atitudes de oposição a Dilma.
Postado às 17h18m de quinta-feira 130516.
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