sábado, 25 de maio de 2013

“Folha” confirma suspeita levantada pelo blog



 
Acusação da Ministra se dirige agora a membros do governo.
A reportagem que o matutino impresso “Folha de São Paulo” divulgou neste sábado, 25, hoje, sobre a alteração imposta na sexta-feira da semana passada o programa de informática e internet do Bolsa Família reforça substancialmente as suspeitas que o Blog de Roberto Guedes levantou na última terça-feira através da reportagem encimada pelo título “Boato mostra grande preparo da Caixa Econômica”.
O blog elencou vários comportamentos que balizavam no sentido de alguém muito bem situado no governo federal e na Caixa Econômica Federal (CEF), gestora financeira do “Bolsa Família”, haver programado a acorrida de beneficiários aos guichês eletrônicos do programa.
Agora, a “Folha” mostra que na sexta-feira imediatamente anterior ao saque a CEF havia modificado, sem aviso prévio ao público, todo o calendário de pagamentos do programa de compensação social. A reportagem desmente cabalmente a versão que a instituição financeira vinha divulgando desde a súblita corrida de beneficiários aos seus caixas eletrônicos.
Quando disseram que criminosos haviam feito aquilo com os recebedores do “Bolsa Família”, a presidente Dilma Rousseff e seus acólitos deveriam estar sabendo que os autores da proeza estavam encastelados na CEF e talvez no ministério de Desenvolvimento Social, o gestor político do programa, e não a oposição, imediatamente apontada como culpada pela ministra dos Direitos Humanos, deputada federal Maria do Rosário Nunes (PCB-RS).
O crime tem mesmo todas as digitais dos aloprados ligados ao PT.
O blog publica abaixo a reportagem da “Folha”:
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Caixa alterou "Bolsa Família" na 
véspera de boato sobre programa
Um dia antes do início dos boatos que causaram filas e tumultos em 13 Estados brasileiros, a Caixa Econômica Federal alterou, sem aviso prévio, todo o calendário de pagamento do Bolsa Família.
Todos os benefícios, em um total de R$ 2 bilhões, foram liberados de uma só vez nas contas das 13,8 milhões famílias atendidas.
A informação, confirmada pela Caixa ontem, contraria a versão que o banco estatal vinha divulgando desde o início do caso.
A liberação de todos os benefícios se deu na sexta-feira da semana passada, dia 17. No dia seguinte, movidas por boatos sobre o fim do programa e um suposto pagamento extra pelo Dia das Mães, entre outros, milhares de pessoas foram a agências para sacar o benefício.
O tumulto -que incluiu depredação de caixas eletrônicos- levou petistas a acusar a oposição de estar por trás dos boatos sobre o fim do programa.
MUDANÇA
Segundo a regra oficial, o pagamento do Bolsa Família é feito de forma escalonada, seguindo a ordem do último número no cartão. Em maio, por exemplo, aqueles com cartão de final “1″ receberiam o pagamento a partir do dia 17, e, assim por diante, até os com o final “0″, no dia 31.
A Folha descobriu essa mudança no calendário, negada durante toda a semana pela Caixa, por meio de uma dona de casa da região metropolitana de Fortaleza.
Diana dos Santos, 34, do município de Caucaia, apresentou à reportagem comprovante do saque do benefício na sexta-feira, o que mostra a antecipação do pagamento em 12 dias.
“Recebo Bolsa Família há anos e nunca pagaram antecipado. Aí achei estranho, mas fiquei feliz e peguei o dinheiro. Acho que outras pessoas também conseguiram receber antecipado, foram avisando aos conhecidos e virou essa confusão”, disse.
Confrontada pela Folha a Caixa mudou a versão oficial. Afirmou que, por causa de ações em busca de “melhorias no Cadastro de Informações Sociais”, o banco “optou por permitir o saque pelos beneficiários independentemente do calendário individual” na sexta-feira, dia 17.
A Caixa disse que antecipou o benefício em outras ocasiões, como em calamidades, e disse que não informou os beneficiários sobre essa antecipação do pagamento.
Carro-chefe social da gestão petista, o Bolsa Família tem orçamento anual de R$ 23,95 bilhões. Cada família recebe R$ 151,09 em média.
Ainda no domingo, o Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pelo Bolsa Família, divulgou nota para negar o fim do programa e afirmar que o calendário de pagamentos estava mantido.
No dia seguinte, a presidente Dilma Rousseff chamou de “criminoso” e “desumano” o responsável pelos boatos. Dois dias depois, o ex-presidente Lula associou a boataria a “gente do mal”.
Após ordem do governo, a Polícia Federal começou a investigar a história. Entre os casos investigados, estão o de pessoas que dizem ter recebido ligações com gravação eletrônica falando sobre o fim do programa.
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Postado às 18h37m de sábado 130525.

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