Acusação da Ministra se dirige agora a membros do governo.
A
reportagem que o matutino impresso “Folha de São Paulo” divulgou neste sábado,
25, hoje, sobre a alteração imposta na sexta-feira da semana passada o
programa de informática e internet do Bolsa Família reforça substancialmente as
suspeitas que o Blog de Roberto Guedes levantou na última terça-feira através
da reportagem encimada pelo título “Boato mostra grande preparo da Caixa
Econômica”.
O
blog elencou vários comportamentos que balizavam no sentido de alguém muito bem
situado no governo federal e na Caixa Econômica Federal (CEF), gestora
financeira do “Bolsa Família”, haver programado a acorrida de beneficiários aos
guichês eletrônicos do programa.
Agora,
a “Folha” mostra que na sexta-feira imediatamente anterior ao saque a CEF havia
modificado, sem aviso prévio ao público, todo o calendário de pagamentos do
programa de compensação social. A reportagem desmente cabalmente a versão que a
instituição financeira vinha divulgando desde a súblita corrida de
beneficiários aos seus caixas eletrônicos.
Quando
disseram que criminosos haviam feito aquilo com os recebedores do “Bolsa
Família”, a presidente Dilma Rousseff e seus acólitos deveriam estar sabendo
que os autores da proeza estavam encastelados na CEF e talvez no ministério de
Desenvolvimento Social, o gestor político do programa, e não a oposição,
imediatamente apontada como culpada pela ministra dos Direitos Humanos, deputada
federal Maria do Rosário Nunes (PCB-RS).
O
crime tem mesmo todas as digitais dos aloprados ligados ao PT.
O
blog publica abaixo a reportagem da “Folha”:
---
Caixa alterou
"Bolsa Família" na
véspera de boato sobre programa
Um
dia antes do início dos boatos que causaram filas e tumultos em 13 Estados
brasileiros, a Caixa Econômica Federal alterou, sem aviso prévio, todo o
calendário de pagamento do Bolsa Família.
Todos
os benefícios, em um total de R$ 2 bilhões, foram liberados de uma só vez nas
contas das 13,8 milhões famílias atendidas.
A
informação, confirmada pela Caixa ontem, contraria a versão que o banco estatal
vinha divulgando desde o início do caso.
A
liberação de todos os benefícios se deu na sexta-feira da semana passada, dia
17. No dia seguinte, movidas por boatos sobre o fim do programa e um suposto
pagamento extra pelo Dia das Mães, entre outros, milhares de pessoas foram a
agências para sacar o benefício.
O
tumulto -que incluiu depredação de caixas eletrônicos- levou petistas a acusar
a oposição de estar por trás dos boatos sobre o fim do programa.
MUDANÇA
Segundo
a regra oficial, o pagamento do Bolsa Família é feito de forma escalonada,
seguindo a ordem do último número no cartão. Em maio, por exemplo, aqueles com
cartão de final “1″ receberiam o pagamento a partir do dia 17, e, assim por
diante, até os com o final “0″, no dia 31.
A
Folha descobriu essa mudança no calendário, negada durante toda a semana pela
Caixa, por meio de uma dona de casa da região metropolitana de Fortaleza.
Diana
dos Santos, 34, do município de Caucaia, apresentou à reportagem comprovante do
saque do benefício na sexta-feira, o que mostra a antecipação do pagamento em
12 dias.
“Recebo
Bolsa Família há anos e nunca pagaram antecipado. Aí achei estranho, mas fiquei
feliz e peguei o dinheiro. Acho que outras pessoas também conseguiram receber
antecipado, foram avisando aos conhecidos e virou essa confusão”, disse.
Confrontada
pela Folha a Caixa mudou a versão oficial. Afirmou que, por causa de ações em
busca de “melhorias no Cadastro de Informações Sociais”, o banco “optou por
permitir o saque pelos beneficiários independentemente do calendário
individual” na sexta-feira, dia 17.
A
Caixa disse que antecipou o benefício em outras ocasiões, como em calamidades,
e disse que não informou os beneficiários sobre essa antecipação do pagamento.
Carro-chefe
social da gestão petista, o Bolsa Família tem orçamento anual de R$ 23,95
bilhões. Cada família recebe R$ 151,09 em média.
Ainda
no domingo, o Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pelo Bolsa
Família, divulgou nota para negar o fim do programa e afirmar que o calendário
de pagamentos estava mantido.
No
dia seguinte, a presidente Dilma Rousseff chamou de “criminoso” e “desumano” o
responsável pelos boatos. Dois dias depois, o ex-presidente Lula associou a
boataria a “gente do mal”.
Após
ordem do governo, a Polícia Federal começou a investigar a história. Entre os
casos investigados, estão o de pessoas que dizem ter recebido ligações com
gravação eletrônica falando sobre o fim do programa.
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Postado às 18h37m de sábado 130525.
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