Pesquisas a serviço de Robinson e Wilma não viram
a hipótese de um dos primos Alves disputar o governo.
A
divulgação de resultados de pelo menos três pesquisas visando à eleição do
próximo governador do Rio Grande do Norte espargiu sobre os atores e
observadores da cena política potiguar mais confusão do que esclarecimentos,
lembrando a muitos a máxima do saudoso comediante e apresentador de televisão
Abelardo Chacrinha Barbosa sobre não esclarecer.
Vinculada
ao PT, uma delas chegou perto daquelas referencias que estariam sendo
consideradas nos últimos meses, ao mostrar que de longe, muito longe, mesmo, o
ministro da Previdência, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB), é o franco favorito
para a sucessão da governadora Rosalba Ciarlini, ao aparecer no ranking com 57%
da preferência do eleitorado.
Ele
é seguido pela vice-prefeita Wilma de Faria, presidente regional do PSB, com
32%; pela Governadora, com 16%, e pelo vice-governador Robinson Faria,
presidente regional do PSD, com 7%.
GANGORRA
As
duas outras pesquisas parecem extremos de uma gangorra, instrumento em que uma
pessoa só pode estar no alto se a outra estiver lá em baixo, sem prever a
presença de terceiros em situações intermediárias ou ainda mais extremadas do
que as desses dois contendores. Talvez a melhor contribuição que ambas tenham prestado à política potiguar seja a de mostrar que Robinson Faria e sua prima Wilma já estruturaram esquemas de marketing eleitoral em que um procura excluir o outro.
O
resultado divulgado mais recentemente mostra que, se disputassem apenas os
dois, Robinson estaria 37 pontos à frente de Rosalba, ele recebendo 54% e ela
17% das intenções de votos dos potiguares.
As
conclusões da terceira pesquisa referenciada chegaram a público entre os dois
momentos de 57%, o de Garibaldi Filho e o de Robinson. Sua divulgação foi antecipada
pelo instituto Indice, permitindo entrever os resultados de uma pesquisa
encomendada por uma revista mensal. Esta também se perde pela tentativa de polarização
com Rosalba. Nesta sondagem, a Governadora ganharia facilmente de Robinson.
ENFRENTAR
GARIBALDI
Estas
duas sondagens devem ser descartadas por quem desejar analisar objetivamente a
preparação do Rio Grande do Norte para a sucessão de Rosalba, porque não
levaram em consideração muitos atores e fatores que influenciariam marcadamente
os resultados ao ser incluídos na consulta ao eleitor.
Hoje
não há como investigar a intenção de votos quanto à sucessão de Rosalba sem
considerar a candidatura de Wilma, a única que mostra estar crescendo esta
época. Muito menos se pode examinar as
perspectivas eleitorais sem colocar no tabuleiro o nome de Garibaldi Filho.
Pois Robinson e Rosalba são hoje os nomes menos considerados pelo eleitorado.
A
primeira investigação traiu o desejo de mostrar a terceiros, inclusive a todo o
eleitorado que lê o vespertino impresso “O Jornal de Hoje”, que Robinson se
credenciaria para a disputa pelo fato de hoje derrotar Rosalba. Este trabalho peca,
também, porque incluiu o Ministro da Previdência e excluiu o nome do candidato
que este aponta para a sucessão de Rosalba, o deputado federal Henrique Eduardo
Alves, seu primo que preside a Câmara Federal e o diretório potiguar do PMDB.
Com
o partido de ambos vivendo um momento muitíssimo favorável, Garibaldi Filho e
Henrique Eduardo são, atualmente, os melhores candidatos em termos de
aceitação, se não de preferência e escolha pelo eleitor potiguar. Querer
mostrar que hoje A ou B venceria Rosalba é infantilidade, considerando-se que mais
de 80% dos potiguares reprovam a gestão da Governadora. O que interessa é saber
qual nome poderia enfrentar com chances de êxito uma candidatura de Garibaldi
Filho a Governador.
VAGA DE SENADOR
Esta
observação, a propósito, lembra que todas as três pesquisas divulgadas esta
semana se fragilizaram ao considerar isoladamente a eleição para Governador,
sem expor aos entrevistados a relação entre este pleito e a escolha do próximo
Presidente da República e do sucessor do senador Garibaldi Alves, o pai,
filiado ao PMDB, no Senado da República.
Nenhuma
pesquisa conduzida saudavelmente no Rio Grande do Norte pode desconhecer a
importância da vaga de Senador na formatação das chapas que tendem a disputar o
governo. A confluência de nomes de peso na ria senatorial, onde se destacam
Wilma, Henrique Eduardo e a deputada federal Fátima Bezerra (PT), sugere
despreparo, primarismo ou má fé na condução das pesquisas.
Como
se isto não bastasse, blogueiros baseados no interior do Rio Grande do Norte
asseguram que entrevistadores a serviço de institutos de pesquisa trabalharam
no rastro de caminhadas de políticos que no final do labor apareceriam como
muito bem cotados pela rubrica de seus institutos.
Uma
situação do tipo sugere que da noite para o dia Robinson Faria hipnotizou o
eleitorado de Caicó. Ele caminhou solitariamente, na semana passada, pelas ruas
de Caicó, e demorou-se numa lanchonete do centro da cidade sem nem ser notado, conforme
o Blog de Roberto Guedes registrou
na ocasião.
No
dia seguinte, entrevistadores do instituto que o apresenta com 57% das
intenções de votos dos potiguares o descobriram como o candidato a Governador
mais cotado em Caicó. De ilustre desconhecido no contato presencial com os
caicoenses, o Vice-governador apareceu subitamente como líder em pesquisa.
A
confrontação dos resultados de duas dessas sondagens até sugere que ambas foram
encomendadas para que uma neutralizasse a outra. A outra assimilou mais nomes e
pretensões, mas também peca muito, traindo o interesse de ala muito forte do PT
que não deseja atrelar a candidatura de Fátima a Senador ao nome de Henrique
Eduardo.
Postado às 23h32m de sexta-feira 130524.
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