Santa Joana d'Arc
(1412-1431) |
Ouvia as "vozes" do arcanjo
Miguel, das santas Catarina de Alexandria e Margarida de Antioquia, avisando
que ela teria uma importante missão pela frente e deveria preparar-se para ela.
Os pais, no início, não deram importância , depois acharam que estava louca e
por fim acreditaram, mas temeram por Joana.
A França vivia a Guerra dos Cem Anos com
a Inglaterra, governada por Henrique VI. Os franceses estavam enfraquecidos com
o rei deposto e os ingleses tentando firmar seus exércitos para tomar de vez o
trono. As mensagens que Joana recebia exigiam que ela expulsasse os invasores,
reconquistasse a cidade de Orleans e reconduzisse ao trono o rei Carlos VII,
para ser coroado na catedral de Reims, novamente como legítimo rei da França. A
ordem para ela não parecia impossível, bastava cumpri-la, pois tinha certeza de
que Deus estava a seu lado. O problema maior era conseguir falar pessoalmente
com o rei deposto.
Conseguiu aos dezoito anos de idade.
Carlos VII só concordou em seguir seus conselhos quando percebeu que ela
realmente tinha por trás de si o sinal de Deus. Isso porque Joana falou com o
rei sobre assuntos que na verdade eram segredos militares e de Estado, que
ninguém conhecia, a não ser ele. Deu-lhe, então, a chefia de seus exércitos.
Joana vestiu armadura de aço, empunhou como única arma uma bandeira com a cruz
e os nomes de Jesus e Maria nela bordados, chamando os comandantes à luta pela
pátria e por Deus.
E o que aconteceu na batalha que teve
aquela figura feminina, jovem e mística, que nada entendia de táticas ou
estratégias militares, à frente dos soldados, foi inenarrável. Os franceses
sitiados reagiram e venceram os invasores ingleses, livrando o país da
submissão.
Carlos VII foi, então, coroado na
catedral de Reims, como era tradição na realeza francesa.
A luta pela reconquista demorara cerca
de um ano e ela desejava voltar para sua vida simples no campo. Mas o rei
exigiu que ela continuasse comandando os exércitos na reconquista de Paris. Ela
obedeceu, mas foi ferida e também traída, sendo vendida para os ingleses, que
decidiram julgá-la por heresia. Num processo religioso grotesco, completamente
ilegal, foi condenada à fogueira como "feiticeira, blasfema e
herética". Tinha dezenove anos e morreu murmurando os nomes de Jesus e
Maria, em 30 de maio de 1431, diante da comoção popular na praça do Mercado
Vermelho, em Rouen.
Não fossem os fatos devidamente
conhecidos e comprovados, seria difícil crer na existência dessa jovem mártir,
que sacrificou sua vida pela libertação de sua pátria e de seu povo. Vinte anos
depois, o processo foi revisto pelo papa Calisto III, que constatou a injustiça
e a reabilitou. Joana d'Arc foi canonizada em 1920 pelo papa Bento XV, sendo
proclamada padroeira da França. O dia de hoje é comemorado na França como data
nacional, em memória de santa Joana d'Arc, mártir da pátria e da fé.
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