terça-feira, 30 de abril de 2013

Ministros do STF querem regras para promotor investigar


Gilmar Mendes: estabelecer controles.

Antes de chegar ao Congresso Nacional, a discussão sobre os poderes de investigação do ministério público já havia começado no Judiciário. O assunto é tema de pelo menos trinta processos no Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda não se manifestou definitivamente. Ao menos sete ministros das formações mais recentes do Tribunal votaram a favor do ministério público, mas defenderam regras mais claras nas apurações, em maior ou menor escala.
São eles Cezar Peluso, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Luiz Fux, Celso de Mello e Cármen Lúcia. Mesmo entendendo que o Ministério Público não pode presidir inquéritos, Joaquim Barbosa e Carlos Ayres Britto não mencionaram imposição de regras. Já Marco Aurélio Mello defende que a apuração criminal é atividade privativa das polícias. Cezar Peluso e Ayres Britto se aposentaram no segundo semestre de 2012.
A maioria dos ministros quer que o MP siga as mesmas regras do inquérito policial, com supervisão do Judiciário e publicidade de informações aos acusados. Alguns limitaram a área de atuação do MP aos crimes cometidos por integrantes da própria instituição e por agentes policiais, crimes contra a administração pública ou ainda se a polícia deixar de agir. Parte dos ministros defende que não é necessário acionar as polícias quando as acusações derivarem de dados concretos de órgãos administrativos ou de controle, como fraudes previdenciárias ou tributárias.
HECATOMBE
“Reafirmo que é legítimo o exercício do poder de investigar por parte do Ministério Público, porém, essa atuação não pode ser exercida de forma ampla e irrestrita, sem qualquer controle, sob pena de agredir, inevitavelmente, direitos fundamentais”, defendeu Gilmar Mendes. Em mobilização recente contra a PEC 37, Ayres Britto disse que subtrair o poder investigativo do Ministério Público é uma “hecatombe jurídica”, mas que a instituição precisa seguir regras “para não ser refém de si mesma” e “evitar arbítrios”.
O STF registra pelo menos cem ações em tribunais de todo o país questionando a investigação promovida pelo Ministério Público. Elas estão suspensas, aguardando a palavra final da Corte. Defensores da PEC 37 argumentam que o texto atual da proposta valida as apurações feitas até agora, eliminando esses questionamentos judiciais e evitando prescrições.
O presidente da Associação de Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Nino Toldo, diz que a maioria dos associados já se manifestou favoravelmente ao poder de investigação do Ministério Público. Para a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), o órgão não pode deixar de investigar, especialmente quando os criminosos dificultam o trabalho da polícia ou estão dentro da própria corporação. 
“Um Ministério Público imóvel dentro do processo, que não pode investigar, é contramão da história mundial”, avalia o presidente da AMB, Nelson Calandra.
+3
Contas reprovadas
O Tribunal Regional Eleitoral (TRER) tirou a população de Fernando Pedroza da pasmaceira ao divulgar nesta segunda-feira, 29, ontem, sua desaprovação às contas de campanha dos candidatos eleitos José Renato da Silva (PV) e Adalgiza Patrícia Bernardo Salviano de Macedo (PSB) a prefeito e a vice-prefeito nas eleições de outubro último, respectivamente. Os já anunciaram, porém, que recorrerão da medida.
Arquitetura
Dois dos mais famosos arquitetos brasileiros da atualidade, Carlos Fortes e Luiz Eduardo Índio da Costa, destacam-se na programação do “Fórum de Arquitetura” que será realizado a 24 de maio próximo, das 14 às 18 horas, no centro de convenções do Pirâmide Natal Hotel, focalizando cinqüenta anos da arquitetura brasileira e o papel da iluminação na atividade.
Procurador
O procurador da República Tiago Misael de Jesus Martins acaba de ser escalado pelo procurador geral Roberto Gurgel para suceder ao colega Cléber de Oliveira Tavares Neto na representação do “parquet” federal em Pau dos Ferros.
Postado às 16h08m de terça-feira 130430.

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