quarta-feira, 24 de abril de 2013

Justiça já liberou Ricardo Araújo



Ricardo de Santana Araújo foi prefeito de duas cidades no RN (Foto: Divulgação/TSE)
Amigo de Robinson e José Agripino, Ricardo (E) só...
JUDICIÁRIO - José Delgado se define como um homem apegado ao cumprimento de princípios

...não se deu bem com Haroldo e José Augusto Delgado.

Pouquíssimas horas depois de ver a polícia cumprir sua ordem de prisão, a juíza Ana Carolina Maranhão, titular da segunda vara criminal de Natal determinou a soltura do estelionatário Ricardo Santana de Araújo, secretário de Tributação da prefeitura de Galinhos, no litoral salineiro a norte da capital potiguar, e ex-prefeito deste e do município de Serra de São Bento.
Pelas contas de agentes da Delegacia Especializada em Falsificações e Defraudações do Rio Grande do Norte (DEFD) que cumpriram a determinação judicial, ele não ficou nem três horas soltos. Deve ter sido a mais fugaz experiência de cadeia que Ricardo Araújo já incorporou a seu currículo, que vem dos anos oitenta, quando foi preso durante o inquérito provocado pela grande corrupção que quase quebrou a Companhia Brasileira de Alimentos (Cobal), recebendo em corte superior condenação de que se esgueirou o quanto pode graças a respaldo político.
LARANJAS
De acordo com a ordem de soltura, ele terá que comparecer mensalmente ao fórum de Natal e não pode manter contato com uma das vítimas do estelionato, um cidadão que lhe comprou um apartamento que o estelionatário venderia a outros compradores. Ele também perde, na prática, a condição de continuar a exercer seu cargo na prefeitura de Galinhos, onde, conforme a fábula, toma conta das finanças. A juíza o proibiu de se ausentar de Natal sem prévia autorização judicial. Por último, não poderá alienar propriedade ou posse de bem imóvel.
Nem todas as restrições lhe criarão problemas na vida prática: marido da prefeita de Galinhos, ele não vai lá há muito tempo. Na verdade, mesmo enquanto era o burgomestre, Ricardo comparecia a Galinhos uma ou duas vezes ao ano. Uma destas era o carnaval, quando contratava bandas musicais a peso de ouro para animar a festa no balneário.
Quanto às restrições negociais, Ricardo não deve se preocupar tanto porque é um dos maiores donos de “laranjais” do Nordeste brasileiro. Desde que começou a se encrencar com a justiça, mais de trinta anos atrás, Ricardo sempre manteve muito de seus bens em nomes de terceiros, notadamente irmãos com domicílios aqui, em Recife e nos Estados Unidos, como forma de evitar que fossem alcançados por decisões judiciais.
A um dos irmãos “laranjas”, aliás, há uns vinte anos ele deu de presente a prefeitura de Serra de São Bento quando ficou impedido de tentar reconquistá-la para si nas urnas, a exemplo do que fez com a atual companheira, a prefeita Joseneide Cunha de Medeiros.
Nas duas ocasiões, Ricardo contou com o prestígio do vice-governador Robinson Faria, presidente do partido do casal, o PSD, para evitar que o braço das justiças estadual e federal lograssem pegá-lo através da eleitoral.  
PROTEÇÃO POLÍTICA
O vínculo entre Ricardo da Cobal e Robinson, a propósito, chama atenção para o livre trânsito que ele sempre usou entre expoentes da política e do empresariado potiguar. Escorregadio que nem muçu, Ricardo sempre se jactou de comprar prefeituras e é, ancestralmente, um dos marginais politicamente mais bem relacionados do Rio Grande do Norte, onde desembarcou há três décadas como vendedor de cereais.
Ele se esgueirou bom tempo entre colaboradores próximos ao empresário Flávio Rocha enquanto este exercia seu primeiro mandato como deputado federal. Depois, passou a ser um dos acólitos mais íntimos do saudoso deputado federal Jessé Freire Filho e adiante terminou se instalando no círculo mais fechado em torno de Robinson.
A pedido de Robinson e enquanto aguardava julgamento pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), terminou grudando no senador José Agripino Maia, presidente nacional do Dem, em cujo gabinete, em Brasília, praticamente dava expediente enquanto a polícia federal tentava prendê-lo para cumprir mandado determinado pelo processo motivado pelo famoso escândalo da Cobal”.
DEU-SE MAL
Nem sempre o fato de saber se encostar em pessoas poderosas bastou para Ricardo da Cobal. Quanto sentou praça em Brasília para fugir da polícia federal e ficar perto do STJ, por exemplo, ele só se deu bem no Congresso Nacional.
Nessa época, ele também quis se encontrar no jurista José Augusto Delgado, que na época integrava o STJ e sempre foi amigo de José Agripino e de Robinson Faria. O magistrado, porém, afastou-o da corte, pois não tinha nenhuma afinidade com o réu e não conviveria com a improbidade.
Até pouco tempo atrás, Ricardo era sócio do engenheiro Haroldo Azevedo, ex-secretário estadual de Turismo, num empreendimento imobiliário em que entraria com o terreno e o parceiro construiria 120 apartamentos para os dois. Quando o conheceu melhor, porém, Haroldo desfez a parceria.  
+3
Não vem
Segundo fontes do centro administrativo do governo do Estado, a presidente Dilma Rousseff já cancelou sua vinda na próxima segunda-feira, 29, ao Rio Grande do Norte. Não se sabe se a decisão tem a ver com a rispidez com que a governadora Rosalba Ciarlini andou cobrando publicamente o cumprimento de suas promessas em apoio às vítimas potiguares da presente seca. 
Duas festas
O fato de o jornalista Antonio Milton, o bom Toinho Silveira, ter planejado a realização de duas festas este mês terminou levando alguns amigos e admiradores a se programar para uma pensando na outra. A desta noite, na Assembléia Legislativa, é a festa em que ele homenageia produtores e promotores culturais. O festão social, pelo seu aniversário, será realizado na sexta-feira 26, depois de amanhã, a partir das 22 horas, no Versailles Recepções, em Cidade Jardim.
Fogo contra fogo
Deve esperar um pouco quem aplaudiu a celeridade com que, sob as ordens da governadora Rosalba Ciarlini, o Instituto de Desenvolvimento e Meio Ambiente (Idema) emitiu as licenças para as obras de duplicação da BR304 de Macaíba até a rotatória que dá acesso às BR226. Com direito concorrente, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) ainda não se pronunciou.
Postado às 21h04m de quarta-feira 130424.

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