domingo, 21 de abril de 2013

Cisterna com mutreta é a de governo, não a da Asa



 
Há diferenças morais entre a cisterna de polietileno e a de alvenaria.

Tem um sentido moral a orientação que a Articulação do Semi Árido (Asa) segue há anos, no sentido de procurar espalhar por todo o Nordeste cisternas construídas em placas de concreto, em detrimento de congêneres fabricados em monobloco de polietileno.

É o que garantem ao Blog de Roberto Guedes técnicos vinculados à Asa a respeito das denúncias que estão sendo investigadas pelo ministério público federal, de irregularidade na aquisição, a uma fábrica de fardamentos e mochilas sediada em São Paulo, de reservatórios de polietileno para mitigar a sede dos moradores do “Polígono das Secas”.

FRAUDES GOVERNAMENTAIS

Referindo-se ao cumprimento de mandados de busca e apreensão que policiais federais cumpriram há poucos dias na sede da fábrica paulista, no bairro da Mooca, na capital paulista, por ocasião da operação “Máscara Negra”, os técnicos dizem que é indispensável distinguir entre as compras de cisternas feitas conorme a orientação do ministro da Integração Nacional, engenheiro Fernando Bezerra Coelho, que vêem cheias de “mutretas”, e as adquiridas por organizações não governamentais vinculadas à igreja católica, estas efetivamente limpas.  

Pelo que dizem, a orientação vem do saudoso monsenhor Expedito Sobral de Medeiros, o legendário patrono das adutoras que levam água a diversos municípios do Rio Grande do Norte, e encontra raízes em instruções do também falecido cardeal Hélder Câmara, como um encaminhamento pedagógico.

Para os dois sacerdotes, o reservatório d’água da família do semi-árido nordestino deve sempre ser construído pelos moradores do imóvel, porque esta tarefa cria um vínculo muito mais forte entre o consumidor e a água da chuva a ser recolhida na cisterna.

PRINCIPAL CONSTRUÇÃO

“Padre Cícero já usava este princípio no começo do século passado”, diz um dos técnicos, que este blog mantém no anonimato para poupá-lo de problemas no relacionamento com organismos governamentais que influenciam as políticas de combate aos efeitos sociais da seca no Nordeste.

Referindo-se ao legendário vigário Cícero Romão Batista, de Juazeiro, no Ceará, considerado o maior santo do nordeste brasileiro, o técnico diz que o sacerdote sempre orientou o nordestino a fazer sua cisterna como a maior de suas realizações na face da terra.

O fator econômico também recomenda a cisterna de alvenaria em detrimento da plástica: uma unidade feita pela família sai por 1,3 mil reais em média, ao passo que a industrializada chega a quatro vezes mais.

Lembrando que a cisterna plástica foi introduzia no mix das compras para a minimização dos efeitos da seca pelo ministro da Integração Nacional, engenheiro Fernando Bezerra Coelho, que mostrava interesse em encaminhar os fornecimentos por intermédio de um primo estabelecido em Petrolina, Pernambuco, o reduto de sua família, os técnicos estranham que compras governamentais tenham sido feitas a uma empresa paulista.

PRODUTORES LOCAIS

“O certo, se a saída fossem cisternas de fibra, seria comprá-las a fabricantes daqui”, observa um deles, acrescentando que poderiam ter sido chamadas a fechar o pacote fábricas de piscinas e de carrocerias de fibra-de-vidro.

Os técnicos deploram o fato de a agudização do problema da escassez ou irregularidade de chuvas no Nordeste sempre estimula o florescimento da “indústria da seca”, grupo de pessoas, geralmente situadas na elite da sociedade da região, que arranja jeitos de tirar proveito do fenômeno.  

DNA DAS FALCATRUAS

“A indústria da seca já adotou cisternas de lona, para beneficiar um grupo de Aracaju”, lembra um técnico, agradecendo a Deus pelo fato de a orientação de cima para baixo ter sido aceita apenas onde a influência de Fernando Bezerra era mais forte.

Onde as cisternas foram implantadas pela Asa só existem desses equipamentos construídos em blocos de concreto e pelas mãos dos próprios beneficiários. Pelas contas dos técnicos, dois terços das cisternas instaladas no Nordeste têm a assinatura da Asa, que deve ter patrocinado a construção de 54 mil unidades.

Lembrando que na época das grandes aquisições o Ministro ainda não havia imposto sua orientação ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), hoje dirigido por um engenheiro potiguar, o natalense Emerson Fernandes, também este órgão optou pelos reservatórios de alvenaria.

Todas as compras de cisternas de polietileno destinadas a programas governamentais de combate à seca no Nordeste foram feitas pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), sediada em Recife e dirigida por amigos de Fernando Bezerra Coelho e do governador local, Eduardo Campos. E todas as cisternas compradas ilegalmente em São Paulo foram adquiridas pela Codefasf. Depois que Fernando Coelho empalmou o poder no Dnocs, este passou a comprar cisternas de polietileno. Este ano, por exemplo, comprou quatro mil unidades em São Paulo para entregá-las ao governo da Paraíba.
+4
1x1

América e ABC jogaram até pouco tempo atrás e terminaram em 1x1.

Ausente

A ausência mais sentida na posse do servidor público Abraão Lincoln Ferreira de Souza, presidente da Confederação Nacional dos Pescadores, como presidente do diretório potiguar do PRB, prestigiado neste sábado, 20, ontem, em Natal, pelo ministro da Pesca, senador Marcelo Trivela (RJ), presidente nacional da legenda, foi a do prefeito de Natal, advogado Carlos Eduardo Alves. Durante muito tempo, o PRB foi, solitariamente, a única legenda a acompanhar o PDT de Carlos Eduardo quando ele estava no fundo do poço da política potiguar.

Pinhole Day

Adeptos natalenses da fotografia não digital comemorarão no próximo domingo, 28, o dia internacional da modalidade, o “Pinhole Day”.

Revisão

O deputado Henrique Eduardo Alves, presidente da câmara federal e do diretório potiguar do PMDB, se submeterá nesta segunda-feira, 22, amanhã, no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, a revisão médica da cirurgia a que se submeteu ali no último 28 de março, para a retirada de uma hérnia abdominal.

Postado às hm de domingo 130421.

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