São Francisco Caracciolo
(1563-1608)
Fundou a Ordem dosClérigos Regulares Menores |
Na adolescência, decidiu pela carreira
militar. Mas foi acometido por uma doença rara na pele, parecida com a lepra e
incurável também. Quando todos os tratamentos se esgotaram, Ascânio rezou com
fervor a Deus, pedindo que ele o curasse e prometendo que, se tal graça fosse
concedida, entregaria a sua vida somente a seu serviço. Pouco depois a cura
aconteceu.
Cumprindo sua determinação, tinha então
vinte e dois anos, foi para Nápoles, onde estudou teologia e ordenou-se
sacerdote. Começou seu trabalho junto aos "Padres Brancos da
Justiça", que se dedicavam ao apostolado dos encarcerados, doentes e pobres
abandonados.
Entretanto, Deus tinha outros planos
para ele. Na organização dos "Padres Brancos" havia um outro
sacerdote que tinha exatamente o seu nome: Ascânio Caracciolo, só que era mais
velho. Certo dia de 1588, o correio cometeu um erro, entregando uma carta
endereçada ao Ascânio mais velho para o mais jovem, no caso ele. A carta fora
escrita pelo sacerdote João Agostinho Adorno e por Fabrício Caracciolo, abade
de Santa Maria Maior de Nápoles. E ambos se dirigiam ao velho Ascânio
Caracciolo para pedir que colaborasse com a fundação de uma nova Ordem, a dos
"Clérigos Regulares Menores", dando alguns detalhes sobre o carisma
que desejavam implantar.
O jovem Ascânio percebeu que a nova
Ordem vinha ao encontro com o que ele procurava e foi conversar com os dois sacerdotes.
Depois os três se isolaram no mosteiro dos camaldulenses, para rezar, jejuar e
pedir a luz do Espírito Santo para a elaboração das Regras. Ao final de
quarenta dias, com os regulamentos prontos, Ascânio propôs que fosse incluído
um quarto voto, alem dos três habituais de pobreza, obediência e castidade: o
de não aceitar nenhum posto de hierarquia eclesiástica. O voto foi aceito e
incorporado à nova Ordem.
Quando a comunidade contava com doze
integrantes, os três foram ao papa Xisto V pedir sua aprovação, concedida no
dia 1o de junho de 1588. Um ano depois, Ascânio vestiu o habito dos Clérigos
Regulares Menores tomando o nome de Francisco, em homenagem ao santo de Assis,
no qual se espelhava.
Eles pretendiam estabelecer-se em
Nápoles, mas o papa sugeriu que fossem para a Espanha, região que carecia de
novas Ordens. Porém, ao chegarem em Madri, o rei não permitiu a sua fundação.
Voltaram para Nápoles. Nessa ocasião morreu Adorno, que era o prepósito-geral
da Ordem, tarefa que Francisco Caracciolo assumiu com humildade até morrer.
Fiel ao pedido do papa, não desistiu da
Espanha, para onde voltou outras vezes. Entre 1595 e 1598, Francisco fundou, em
Valadolid, uma casa de religiosos; em Alcalá, um colégio; e, em Madri, um
seminário, no qual foi mestre dos noviços. Mais tarde, retornou para a Casa-mãe
em Nápoles, que fora transferida para Santa Maria Maior devido ao seu rápido
crescimento.
Foram atividades intensas de que seu
corpo frágil logo se ressentiu. Adoeceu durante uma visita aos padres do Oratório
da cidade de Agnone e morreu, aos quarenta e quatro anos de idade, em 4 de
junho de 1608. Canonizado em 1807 pelo papa Pio VII, são Francisco Caracciolo
foi consagrado co-padroeiro de Nápoles em 1840.
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