Santos Carlos Lwanga e
companheiros mártires
(+ 1886) |
A pregação começou por Uganda, em 1879,
onde conseguiu chegar a "Padres Brancos", congregação fundada pelo
cardeal Lavigérie. Posteriormente, somaram-se a eles os padres combonianos. A
maior dificuldade era mostrar a diferença entre missionários e colonizadores.
Aos poucos, com paciência, muitos nativos africanos foram catequizados, até
mesmo pajens da corte do rei. Isso lhes causou a morte, quase sete anos depois
de iniciados os trabalhos missionários, quando um novo rei assumiu o trono em
1886.
O rei Muanga decidiu acabar com a
presença cristã em Uganda. Um pajem de dezessete anos chamado Dionísio foi
apanhado pelo rei ensinando religião. De próprio punho Muanga atravessou seu
peito com uma lança, deixou-o agonizando por toda uma noite e só permitiu sua decapitação
na manhã seguinte. Usou o exemplo para avisar que mandaria matar todos os que
rezavam, isto é, os cristãos.
Compreendendo a gravidade da situação, o
chefe dos pajens, Carlos Lwanga, reuniu todos eles e fez com que rezassem
juntos, batizou os que ainda não haviam recebido o batismo e prepararam-se para
um final trágico. Nenhum desses jovens, cuja idade não passava de vinte anos,
alguns com até treze anos de idade, arredou pé de suas convicções e foram todos
encarcerados na prisão em Namugongo, a setenta quilômetros da capital, Kampala.
No dia seguinte, os vinte e dois foram condenados à morte e cruelmente
executados.
Era o dia 3 de junho de 1886, e para
tentar não fazer tantos mártires, que poderiam atrair mais conversões, o rei
mandou que Carlos Lwanga morresse primeiro, queimado vivo, dando a chance de
que os demais evitassem a morte renegando sua fé. De nada adiantou e os demais
cristãos também foram mortos, sob torturas brutais, com alguns sendo queimados
vivos.
Os vinte e dois mártires de Uganda foram
beatificados em 1920. Carlos Lwanga foi declarado "Padroeiro da Juventude
Africana" em 1934. Trinta anos depois, o papa Paulo VI canonizou esse
grupo de mártires. O mesmo pontífice, em 1969, consagrou o altar do grandioso
santuário construído no local onde fora a prisão em Namugongo, na qual os vinte
e um pagens, dirigidos por Carlos Lwanga, rezavam aguardando a hora de
testemunhar a fé em Cristo.
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