quarta-feira, 27 de março de 2013

RN perde um grande filho, João Maria Monte



 
João Maria: grande cidadão, grande médico, grande em tudo.

Tende a ser levado neste início de tarde de Natal para Recife, onde será cremado, o corpo do oftalmologista João Maria Monte, durante muitos anos presidente do comitê de ética do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte.  
Uma das melhores figuras humanas que esta unidade federativa já ofereceu ao mundo, João Maria faleceu pela manhã, depois de prolongada e muito sofrida luta pela vida. Havia pelo menos três anos ele lutava sem quartel, aqui, em São Paulo, Belo Horizonte e outros centros onde os recursos da medicina pareciam oferecer mais por sua saúde.
Passagens da vida de João Maria, notadamente como cirurgião no Hospital Universitário Onofre Lopes, o projetaram como um dos mais competentes e principalmente ciosos profissionais da medicina no Rio Grande do Norte.
Muitos dos depoimentos que me foram apresentados por ex-pacientes me levaram a escolhê-lo como “Médico do Ano” quando assinava uma das mais lidas colunas diárias da imprensa do Rio Grande do Norte, num dos tempos áureos do matutino “Diário de Natal!.
Quase vizinhos em Tirol, ele morando na esquina da rua Maxaranguape com a avenida Afonso Pena, e seu colega  de bancos escolares, testemunho por atitudes que lhe presenciei, na infância, na puberdade, na juventude e na fase adulta, como um dos melhores caráteres que conheci, inclusive nas horas mais largas da doce irresponsabilidade, quando João Maria, meu colega fundador do blogo “Xafurdo”, tentava, já com mais de cinqüenta anos, resgatar o saudoso carnaval de Natal com a sua AASCUGAL, Associação de Assopradores de Cú de Galo.
Sofro à distância com esta perda, e quero nesta hora me associar à sua inseparável companheira de todas as situações, Gina, e aos filhos Bia e Pedro, a quem ele sempre orientou no sentido de serem cidadãos exemplares, sem qualquer afetação ou artificialidade, solidarizando-me com eles e ao mesmo tempo apresentando uma observação.
Imagino que o Criador lhes proporcionará logo o conforto, até porque o desencarne deve ter sido uma libertação para um João Maria que vinha sofrendo muito. Sei, também, que em outra dimensão, para cujo acesso ele deve ter recebido muito boa preparação espiritual, João Maria estará muito bem. Até o imagino sendo recebido por dona Suzete e padre Orígenes, seu pai, assim como pelo grande companheiro de infância que foi seu irmão Pedro e pelos legendários sacerdotes da família, o cônego Luiz Monte e o grande arcebispo Nivaldo, que ele chamava pelo diminutivo carinho da família.
Agradecendo aos amigos Cid Montenegro e Ronaldo Azevedo pela iniciativa de me informar a respeito, quero então apresentar aqui meu pedido a Gina, Bia e Pedro. Peço-lhes que enxuguem as lágrimas o mais brevemente possível, pois a dor que sentem hoje, pela perda, é ínfima diante do imenso privilégio de que desfrutaram a vida toda, por contar com a maravilhosa companhia da dignidade, da sapiência, do bom humor e da imensa solidariedade que se prodigalizavam em João Maria.    
Postado às 14h32m de quarta-feira 130327.

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